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SOBRE NÓS
- KUMYTUNA
- Penela, Coimbra, Portugal
- Somos um grupo de amigos amantes da boa disposição e com alguma queda para a música. Atualmente a Kumytuna é constituída por 14 elementos: António Sousa, Carlos Mendes, Diogo Roxo, Edgar Correia, Jorge Mendes, Nelson Monteiro, Filipe Sousa (ensaiador), Anabela Monteiro, Cristiana Simões, Ermelinda Sousa, Marina Caetano, Paula Gomes, Rita Palaio, Sílvia Rodrigues, e claro, o Hugo Monteiro! CONTACTO: kumytuna@hotmail.com facebok:www.facebook.com/Kumytuna Tlm: 912 758 673 / 914 575 994
sábado, 14 de fevereiro de 2009
Ainda a propósito da Suiça...
KUMYTUNA FAZ FUROR NO PARAÍSO DAS VACAS
É verdade, depois de meia dúzia de anos entre a escuridão de uma ou outra actuação à porta de casa, a Kumytuna tem, finalmente, a oportunidade de mostrar o seu trabalho longe de quem os viu nascer.
O convite surgiu, era tentador, e este grupo de jovens aventureiros não podia deixar passar ao seu lado aquilo com que, afinal, sempre sonhou… o êxito no estrangeiro.
Eram 8h30 minutos do dia 26 de Setembro de 2002, quando 17 jovens partiram rumo à aventura. O destino era a Suíça e era tudo o que sabiam; mas isso não os derrotou porque, afinal, “a Suíça é logo ali, chega-se a Vilar Formoso, andam-se uns quilómetros “p’ra pi” e estamos logo lá!”
Chegamos a Espanha às 11h37 minutos e os sorrisos continuavam presentes nos nossos rostos, só o Jorge estava um pouco irritado, afinal, tinha-se esquecido do vinho, e logo o vinho! Por volta das 14h19 minutos a fome começa a apertar e fazemos então uma pequena paragem perto de Valladolid. Às 20h10 minutos mais uma fronteira se avista, a francesa. E é na ânsia de chegar o mais rápido possível que surge a primeira experiência de separação. O Luís e o Jorge entram na auto-estrada, o Zé Alberto como é mais poupadinho vai pela nacional. Nada que os telemóveis não resolvam, verdade seja dita, foram amigos incansáveis!
A viagem continua, com os sorrisos a ficarem já um pouco amarelos. Nesta altura, o David, a quem ainda não tinham dado, devidamente, a palavra, impôs-se e lutou pelos seus direitos, reivindicando: “ Estou farto de estar preso, tirem-me daqui!!!” Mas não era só o David que estava farto, a Andreia também estava farta, mas de dormir. O que a consolava era o facto dos sonhos lhe estarem a correr bem; sim, porque ela acorda sobressaltada e vai a correr comer douradinhos: “Eu devia estar a sonhar com isto, eu não tenho fome nenhuma!”, diz ela ainda com um ar de admiração. Vamos lá nós tentar entender o que se passa na cabeça destas meninas de 13 anos.
À 01h00 estávamos perdidos algures em Angoulême, e digo perdidos porque, de facto, era mesmo perdidos que estávamos:
- “É para a N141”- dizia a Marina.
- “Não, temos que tomar a direcção de Limoges”- dizia o Nelson. Foi nesta altura que tivemos que decidir quem era o “Elo mais fraco”. Na verdade, tínhamos que apanhar a direcção de Limoges, só depois a N141. Assim, a Marina foi o “Elo mais fraco, adeus!”.
Desta forma, os quilómetros iam correndo, as horas iam passando e o cansaço era evidente nos nossos rostos. “Nunca pensei que a Suíça fosse tão longe!” era a frase típica da viagem que quase todos, senão todos, utilizavam em forma de desabafo.
A manhã chegava e, finalmente, sentíamos um aroma a Suíça. O verde de que tantos nos falavam já se avistava e neste momento outra preocupação nos assombrava: a fronteira. Será que conseguíamos mesmo entrar neste pequeno país ou íamos ficar presos por falta de passaporte, excesso de material e posse ilegal de menores?
E assim, eram 10h50 minutos quando, sem darmos por isso, estávamos a atravessar a fronteira. Aqui, é mesmo razão para dizer: “Muito fumo e pouco fogo”, sim, porque nós bem tentamos que nos mandassem parar mas os guardas nem quiseram saber de nós. Desta forma, e clandestinamente, estávamos nesta manhã de 27 de Setembro, oficialmente, na Suíça. Agora era só andar mais uns quilómetros e já estávamos no destino. A Marina tratou de nos levar ao destino mas como era seu hábito, pelo caminho mais longo. Afinal para quem já tinha feito 1900 quilómetros era mais um menos um. Mesmo assim e contemplando a bela paisagem que este país tem para nos oferecer, às 11h58 minutos tínhamos a nossa missão cumprida - chegávamos a Moudon.
Eram horas de almoço. Como ninguém esperava por nós tão cedo resolvemos ir comer uma sopinha ao restaurante mais próximo. A nossa sorte foi comermos mesmo só uma sopa, porque se mesmo assim a conta somou 200 €, se todos comessem um bife imaginem o seu tamanho. Bom, se o bife fosse ao preço dos ovos estrelados (3 euros) tínhamos que ficar a lavar copos. No entanto, todos entendemos muito bem o resultado da conta, porque tendo em conta o sal que a sopa tinha e sendo que a Suíça não tem mar, a importação deste produto não deve ficar nada barata.
Depois do almoço a vontade de todos era ir dormir uma sesta, no entanto, tínhamos que esperar pelas 16 horas para dar entrada no hotel que, utopicamente, estava para nós reservado. Eram 16h30 minutos quando o Presidente da Associação vem pedir-nos desculpas porque a Câmara Municipal se tinha esquecido de reservar o hotel. Solução: ir dormir numa caserna. Foi a experiência mais interessante que tivemos. “Tudo ao molho e fé em Deus” foi um suplício tentar dormir naquele quarto. Riso aqui, gargalhada ali; derrapagem artística até às 4 da madrugada e o Luís, que possuído pela sua típica insónia, procurava não deixar dormir ninguém. E mesmo assim, os sorrisos continuavam sempre presentes nos nossos lábios, reinava a boa disposição.
Ainda antes da tão desejada hora do descanso era hora de actuação. E lá fomos nós fazer mais uns quilómetros rumo a Yverdon para aquela que seria a abertura oficial de uma carreira promissora além fronteiras. Primeiro o belo jantar, regado pelo belo vinho (não sabíamos que na Suíça havia tão bom vinho português) e logo de seguida o palco. Os ânimos estavam agitados, o sono e a excitação estavam a fazer efeito, para não falar do vinho que tinha caído naquela mesa. E para ajudar à festa, não sei vinda de onde, aparece uma garrafa de Vinho do Porto em cima do palco.
Meus senhores; não sei se foi do sono, da excitação ou do vinho, mas a Tuna reinou e brilhou naquela noite como nunca no seu tempo de existência. O palco vibrava de tal forma que os dirigentes da Associação julgaram ser o seu fim, o grupo de baile que animaria de seguida a festa ficou tão maravilhado que começava a “arrumar as botas” e a assistência chorava de tal forma que nós ainda pensámos em regressar a Portugal de barco. A partir deste dia o destino deste grupo de amadores mudou radicalmente. Até deixaram de nos chamar Kumytuna e passaram a chamar-nos Copituna.
No Sábado não foi fácil o despertar. Tivemos que acordar para almoçar e não foi tarefa fácil. Mas enfim, às 15 horas já estávamos todos prontos e sentados para almoçar. Depois, foi a preparação da próxima actuação.
Eram 21 horas quando subimos ao palco para mais uma vez mostrarmos o que valíamos. O jantar havia sido idêntico ao anterior (refiro-me ao vinho) e desta vez em palco não havia uma garrafa de Vinho do Porto mas sim duas. A sala estava completamente cheia e as pessoas desejosas de ouvirem o grupo de baile (nossos amigos) que já tão bem conheciam.
Era altura de os convencermos do nosso trabalho! Foi preciso fazê-los despertar com algumas bocas como: “Já actuámos em cemitérios mais animados!” e “Está aí algum português?”, da autoria do Luís. Foi necessário até partir a nova pandeireta, autoria também do Luís, foi preciso na falta desta inventar um instrumento que a substituísse, tal como uma garrafa de vinho, e já sabem de quem foi a autoria e ainda da mesma autoria foi preciso deitar-se e rebolar-se no chão para que estas pessoas percebessem que nós só trabalhamos para receber uns tão simples aplausos.
E, na verdade, depois de todo este esforço o resultado ensombrou a sala e na hora da despedida o tão caloroso e desejado aplauso fez abrir nos nossos rostos um tão grande sorriso que naquela altura passou pelas nossas cabeças o célebre pensamento: “vale sempre a pena se a alma não é pequena”. Depois dos elogios, agradecimentos e do pedido de uma nova actuação para o dia seguinte por parte da direcção, deixávamos o palco com uma grande satisfação e contentamento. Até passava pelas nossas cabeças: “Somos mesmo bons”.
Era hora, agora, de um pézinho de dança ao som da música dos nossos companheiros e conterrâneos “Império Show”. No entanto, o cansaço começava a apoderar-se de nós e resolvemos regressar à nossa tão amada caserna. O Jorge resolveu ficar a beber umas cervejas e como eram à borla (porque se fossem a pagar só podia beber uma) a quantidade que bebeu foi a suficiente para não ver os lençóis da cama. Então é assim: o Jorge chega à caserna às 4h da madrugada, vai ter à cama da Marina e diz-lhe:
- “ Não me deixaram roupa nenhuma na cama, tiraram-me tudo…” E afinal a roupa estava toda na sua cama, até tinha mais um cobertor. Havia uma explicação para a sua preocupação:
- “ Vocês apagaram-me a luz, como é que queriam que eu visse a roupa?!”
Domingo de manhã saímos todos em direcção a Bulle, íamos, finalmente, ver a neve. Bom… todos é utopia porque, na verdade, o Silva e o Jorge ficaram na palha. Mas o Jorge não ficou sozinho, ficou com ela… a grande dor de cabeça que a noite lhe proporcionou. Foi nesta altura que nos apercebemos que, realmente estávamos na Suíça porque com o calor que se fazia sentir chegámos a pensar que estávamos no Brasil.
Regressámos um pouco à pressa porque mais uma actuação nos esperava. Tal como as anteriores quase nos deixava sem fôlego, fôlego este que foi recuperado ao jantar, que foi acompanhado, naturalmente, com um bom vinho português. Desta vez a borracheira chamava-se “Esporão, Monte Velho”, sim porque a Tuna agora está muito fina, já não bebe qualquer coisa.
E foram assim estes dias de estadia neste belo país. Para serem perfeitos bastava que o papel higiénico aí utilizado fosse de qualidade, porque, meus senhores; naqueles dias toda a gente se queixava do seu.
Era dia 30 de Setembro e dia de viagem de regresso. Tínhamos 1900 quilómetros para fazer e o cansaço estava presente nos nossos corpos. Era uma viagem para se ir fazendo sem pressas.
Eram 10 horas quando abandonámos a acolhedora cidade de Moudon e 11h20 minutos quando entrámos em França. A passagem da fronteira era mais uma preocupação que nos acompanhava, mas… o Zé Alberto que ia à frente passou, o Filipe passou também e o Jorge como tem cara de mafioso ficou retido para averiguações. No entanto, como é de boas famílias e como os seus companheiros até tinham boa cara, o guarda lá o manda avançar. Afinal, os senhores só queriam ver as fotografias das meninas mais de perto… Nesta altura todos respiraram de alívio e pensaram: “Uff, já nos safámos!”.
Foi também nesta altura que pensámos num belo título para esta reportagem: “Kumytuna brilha, clandestinamente, na Suíça.” Ali, já o tio do Zé nos esperava para nos levar a sua casa para comer qualquer coisita. Bem, na verdade, nós não sabemos se aquilo em França se chama mesmo qualquer coisita; aqui em Portugal nós chamamos-lhe um manjar dos deuses. Senão vejam: um leitão e um presunto acompanhados de um bom vinho francês, para nós portugueses não é qualquer coisita mas sim o salário completo do mês mais subsídio de férias.
E de barriga bem cheia, lá nos preparámos para fazer mais uns quilómetros. De terra em terra (com uns nomes bem esquisitos por sinal, como La Broche e La Ratte), de país em país, de hora em hora lá nos fomos aproximando da nossa Terra-Natal.
Eram assim, 20 horas quando fizemos a nossa entrada triunfal na pacata aldeia de Cumieira: bandeira nacional ao alto, apitadelas tipo campanha eleitoral, corneta a apregoar boas-novas, gritos de boas-vindas e volta de honra pelas ruas da aldeia que nos esteve sempre presente no coração: a nossa Cumieira.
E agora sim, podíamos gritar em voz alta: SOMOS OS MAIORES!
É verdade, depois de meia dúzia de anos entre a escuridão de uma ou outra actuação à porta de casa, a Kumytuna tem, finalmente, a oportunidade de mostrar o seu trabalho longe de quem os viu nascer.
O convite surgiu, era tentador, e este grupo de jovens aventureiros não podia deixar passar ao seu lado aquilo com que, afinal, sempre sonhou… o êxito no estrangeiro.
Eram 8h30 minutos do dia 26 de Setembro de 2002, quando 17 jovens partiram rumo à aventura. O destino era a Suíça e era tudo o que sabiam; mas isso não os derrotou porque, afinal, “a Suíça é logo ali, chega-se a Vilar Formoso, andam-se uns quilómetros “p’ra pi” e estamos logo lá!”
Chegamos a Espanha às 11h37 minutos e os sorrisos continuavam presentes nos nossos rostos, só o Jorge estava um pouco irritado, afinal, tinha-se esquecido do vinho, e logo o vinho! Por volta das 14h19 minutos a fome começa a apertar e fazemos então uma pequena paragem perto de Valladolid. Às 20h10 minutos mais uma fronteira se avista, a francesa. E é na ânsia de chegar o mais rápido possível que surge a primeira experiência de separação. O Luís e o Jorge entram na auto-estrada, o Zé Alberto como é mais poupadinho vai pela nacional. Nada que os telemóveis não resolvam, verdade seja dita, foram amigos incansáveis!
A viagem continua, com os sorrisos a ficarem já um pouco amarelos. Nesta altura, o David, a quem ainda não tinham dado, devidamente, a palavra, impôs-se e lutou pelos seus direitos, reivindicando: “ Estou farto de estar preso, tirem-me daqui!!!” Mas não era só o David que estava farto, a Andreia também estava farta, mas de dormir. O que a consolava era o facto dos sonhos lhe estarem a correr bem; sim, porque ela acorda sobressaltada e vai a correr comer douradinhos: “Eu devia estar a sonhar com isto, eu não tenho fome nenhuma!”, diz ela ainda com um ar de admiração. Vamos lá nós tentar entender o que se passa na cabeça destas meninas de 13 anos.
À 01h00 estávamos perdidos algures em Angoulême, e digo perdidos porque, de facto, era mesmo perdidos que estávamos:
- “É para a N141”- dizia a Marina.
- “Não, temos que tomar a direcção de Limoges”- dizia o Nelson. Foi nesta altura que tivemos que decidir quem era o “Elo mais fraco”. Na verdade, tínhamos que apanhar a direcção de Limoges, só depois a N141. Assim, a Marina foi o “Elo mais fraco, adeus!”.
Desta forma, os quilómetros iam correndo, as horas iam passando e o cansaço era evidente nos nossos rostos. “Nunca pensei que a Suíça fosse tão longe!” era a frase típica da viagem que quase todos, senão todos, utilizavam em forma de desabafo.
A manhã chegava e, finalmente, sentíamos um aroma a Suíça. O verde de que tantos nos falavam já se avistava e neste momento outra preocupação nos assombrava: a fronteira. Será que conseguíamos mesmo entrar neste pequeno país ou íamos ficar presos por falta de passaporte, excesso de material e posse ilegal de menores?
E assim, eram 10h50 minutos quando, sem darmos por isso, estávamos a atravessar a fronteira. Aqui, é mesmo razão para dizer: “Muito fumo e pouco fogo”, sim, porque nós bem tentamos que nos mandassem parar mas os guardas nem quiseram saber de nós. Desta forma, e clandestinamente, estávamos nesta manhã de 27 de Setembro, oficialmente, na Suíça. Agora era só andar mais uns quilómetros e já estávamos no destino. A Marina tratou de nos levar ao destino mas como era seu hábito, pelo caminho mais longo. Afinal para quem já tinha feito 1900 quilómetros era mais um menos um. Mesmo assim e contemplando a bela paisagem que este país tem para nos oferecer, às 11h58 minutos tínhamos a nossa missão cumprida - chegávamos a Moudon.
Eram horas de almoço. Como ninguém esperava por nós tão cedo resolvemos ir comer uma sopinha ao restaurante mais próximo. A nossa sorte foi comermos mesmo só uma sopa, porque se mesmo assim a conta somou 200 €, se todos comessem um bife imaginem o seu tamanho. Bom, se o bife fosse ao preço dos ovos estrelados (3 euros) tínhamos que ficar a lavar copos. No entanto, todos entendemos muito bem o resultado da conta, porque tendo em conta o sal que a sopa tinha e sendo que a Suíça não tem mar, a importação deste produto não deve ficar nada barata.
Depois do almoço a vontade de todos era ir dormir uma sesta, no entanto, tínhamos que esperar pelas 16 horas para dar entrada no hotel que, utopicamente, estava para nós reservado. Eram 16h30 minutos quando o Presidente da Associação vem pedir-nos desculpas porque a Câmara Municipal se tinha esquecido de reservar o hotel. Solução: ir dormir numa caserna. Foi a experiência mais interessante que tivemos. “Tudo ao molho e fé em Deus” foi um suplício tentar dormir naquele quarto. Riso aqui, gargalhada ali; derrapagem artística até às 4 da madrugada e o Luís, que possuído pela sua típica insónia, procurava não deixar dormir ninguém. E mesmo assim, os sorrisos continuavam sempre presentes nos nossos lábios, reinava a boa disposição.
Ainda antes da tão desejada hora do descanso era hora de actuação. E lá fomos nós fazer mais uns quilómetros rumo a Yverdon para aquela que seria a abertura oficial de uma carreira promissora além fronteiras. Primeiro o belo jantar, regado pelo belo vinho (não sabíamos que na Suíça havia tão bom vinho português) e logo de seguida o palco. Os ânimos estavam agitados, o sono e a excitação estavam a fazer efeito, para não falar do vinho que tinha caído naquela mesa. E para ajudar à festa, não sei vinda de onde, aparece uma garrafa de Vinho do Porto em cima do palco.
Meus senhores; não sei se foi do sono, da excitação ou do vinho, mas a Tuna reinou e brilhou naquela noite como nunca no seu tempo de existência. O palco vibrava de tal forma que os dirigentes da Associação julgaram ser o seu fim, o grupo de baile que animaria de seguida a festa ficou tão maravilhado que começava a “arrumar as botas” e a assistência chorava de tal forma que nós ainda pensámos em regressar a Portugal de barco. A partir deste dia o destino deste grupo de amadores mudou radicalmente. Até deixaram de nos chamar Kumytuna e passaram a chamar-nos Copituna.
No Sábado não foi fácil o despertar. Tivemos que acordar para almoçar e não foi tarefa fácil. Mas enfim, às 15 horas já estávamos todos prontos e sentados para almoçar. Depois, foi a preparação da próxima actuação.
Eram 21 horas quando subimos ao palco para mais uma vez mostrarmos o que valíamos. O jantar havia sido idêntico ao anterior (refiro-me ao vinho) e desta vez em palco não havia uma garrafa de Vinho do Porto mas sim duas. A sala estava completamente cheia e as pessoas desejosas de ouvirem o grupo de baile (nossos amigos) que já tão bem conheciam.
Era altura de os convencermos do nosso trabalho! Foi preciso fazê-los despertar com algumas bocas como: “Já actuámos em cemitérios mais animados!” e “Está aí algum português?”, da autoria do Luís. Foi necessário até partir a nova pandeireta, autoria também do Luís, foi preciso na falta desta inventar um instrumento que a substituísse, tal como uma garrafa de vinho, e já sabem de quem foi a autoria e ainda da mesma autoria foi preciso deitar-se e rebolar-se no chão para que estas pessoas percebessem que nós só trabalhamos para receber uns tão simples aplausos.
E, na verdade, depois de todo este esforço o resultado ensombrou a sala e na hora da despedida o tão caloroso e desejado aplauso fez abrir nos nossos rostos um tão grande sorriso que naquela altura passou pelas nossas cabeças o célebre pensamento: “vale sempre a pena se a alma não é pequena”. Depois dos elogios, agradecimentos e do pedido de uma nova actuação para o dia seguinte por parte da direcção, deixávamos o palco com uma grande satisfação e contentamento. Até passava pelas nossas cabeças: “Somos mesmo bons”.
Era hora, agora, de um pézinho de dança ao som da música dos nossos companheiros e conterrâneos “Império Show”. No entanto, o cansaço começava a apoderar-se de nós e resolvemos regressar à nossa tão amada caserna. O Jorge resolveu ficar a beber umas cervejas e como eram à borla (porque se fossem a pagar só podia beber uma) a quantidade que bebeu foi a suficiente para não ver os lençóis da cama. Então é assim: o Jorge chega à caserna às 4h da madrugada, vai ter à cama da Marina e diz-lhe:
- “ Não me deixaram roupa nenhuma na cama, tiraram-me tudo…” E afinal a roupa estava toda na sua cama, até tinha mais um cobertor. Havia uma explicação para a sua preocupação:
- “ Vocês apagaram-me a luz, como é que queriam que eu visse a roupa?!”
Domingo de manhã saímos todos em direcção a Bulle, íamos, finalmente, ver a neve. Bom… todos é utopia porque, na verdade, o Silva e o Jorge ficaram na palha. Mas o Jorge não ficou sozinho, ficou com ela… a grande dor de cabeça que a noite lhe proporcionou. Foi nesta altura que nos apercebemos que, realmente estávamos na Suíça porque com o calor que se fazia sentir chegámos a pensar que estávamos no Brasil.
Regressámos um pouco à pressa porque mais uma actuação nos esperava. Tal como as anteriores quase nos deixava sem fôlego, fôlego este que foi recuperado ao jantar, que foi acompanhado, naturalmente, com um bom vinho português. Desta vez a borracheira chamava-se “Esporão, Monte Velho”, sim porque a Tuna agora está muito fina, já não bebe qualquer coisa.
E foram assim estes dias de estadia neste belo país. Para serem perfeitos bastava que o papel higiénico aí utilizado fosse de qualidade, porque, meus senhores; naqueles dias toda a gente se queixava do seu.
Era dia 30 de Setembro e dia de viagem de regresso. Tínhamos 1900 quilómetros para fazer e o cansaço estava presente nos nossos corpos. Era uma viagem para se ir fazendo sem pressas.
Eram 10 horas quando abandonámos a acolhedora cidade de Moudon e 11h20 minutos quando entrámos em França. A passagem da fronteira era mais uma preocupação que nos acompanhava, mas… o Zé Alberto que ia à frente passou, o Filipe passou também e o Jorge como tem cara de mafioso ficou retido para averiguações. No entanto, como é de boas famílias e como os seus companheiros até tinham boa cara, o guarda lá o manda avançar. Afinal, os senhores só queriam ver as fotografias das meninas mais de perto… Nesta altura todos respiraram de alívio e pensaram: “Uff, já nos safámos!”.
Foi também nesta altura que pensámos num belo título para esta reportagem: “Kumytuna brilha, clandestinamente, na Suíça.” Ali, já o tio do Zé nos esperava para nos levar a sua casa para comer qualquer coisita. Bem, na verdade, nós não sabemos se aquilo em França se chama mesmo qualquer coisita; aqui em Portugal nós chamamos-lhe um manjar dos deuses. Senão vejam: um leitão e um presunto acompanhados de um bom vinho francês, para nós portugueses não é qualquer coisita mas sim o salário completo do mês mais subsídio de férias.
E de barriga bem cheia, lá nos preparámos para fazer mais uns quilómetros. De terra em terra (com uns nomes bem esquisitos por sinal, como La Broche e La Ratte), de país em país, de hora em hora lá nos fomos aproximando da nossa Terra-Natal.
Eram assim, 20 horas quando fizemos a nossa entrada triunfal na pacata aldeia de Cumieira: bandeira nacional ao alto, apitadelas tipo campanha eleitoral, corneta a apregoar boas-novas, gritos de boas-vindas e volta de honra pelas ruas da aldeia que nos esteve sempre presente no coração: a nossa Cumieira.
E agora sim, podíamos gritar em voz alta: SOMOS OS MAIORES!
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Recordações da “Azulinha”
(Já lá vão uns anitos, mas recordar é viver!! Malta da Kumytuna... deliciem-se e chorem com saudade!!! lol)
Esta é, sem dúvida, uma história verídica, ainda que não comece pelo usual “Era uma vez...”. Trata-se da história da “Azulinha”, a melhor carrinha de todos os tempos, que aguentou uma viagem de ida e volta à Suiça sem... (imaginem!) avarias acima dos 160 contos. Sim, porque se tivesse que haver algum estrago teria que ser superior a este montante: eis o nosso lema! Não há dúvidas, a coisa tinha que ser muito bem feita!
Poderíamos fazer um relato pormenorizado da ida, mas, por motivos de força maior, tal não é possível, além disso o segredo é a alma do negócio... mesmo assim arriscamo-nos a aguçar a curiosidade de todos vós, caros leitores, ainda que em poucas palavras. A malta fixe que a “Azulinha” transportou foi exactamente: o Filipe Roxo (o verdadeiro piloto), o Luís (o outro piloto, peça fundamental desta viagem uma vez que se encarregou de afastar o “Pestana” do verdadeiro), o Sr. Silva (o co-piloto), o Sérgio (o técnico de luzes, às vezes!), o Carlos (que na recente condição de caloiro fez uma breve introdução à praxe, dirigindo assim constantes preces ao senhor seu padrinho...), a Ana (a nossa repórter incansável) e por fim, a Paula (que não fez nada, nem sequer dormiu... deu apoio moral!)
Partimos da Cumieira no dia 26 de Setembro com destino à Suíça (Yverdon) e escusado será dizer que foi uma ida fora de série! Éramos os últimos, mas é caso para dizer que os últimos a rir são os que riem melhor! De dia o trajecto fez-se bem e à noite... bem, à noite foi ainda melhor, já para não falar da discoteca ambulante, dos gritos do Luís vindos do nada e de uma infinidade de situações que não nos cairão no esquecimento. E pronto, isto foi só mesmo um pequeno lamiré. Chegámos, actuámos, pernoitámos, patinámos, passeámos, encantámos... mas isso já todos sabem e não há palavras que descrevam tanto do pouco que vos contámos, só mesmo ver para crer! No dia 30 tivemos que regressar, não que fosse da nossa vontade, mas não fazíamos questão de permanecer na Suíça clandestinamente.... Pois bem, assim sendo, saímos de Moudon e despedimo-nos indesejadamente. Os fiéis amigos da “Azulinha” mantinham-se, à excepção do Luís que foi cantar para outra freguesia. Trocou-nos pela carrinha que ia à frente para assim chegar primeiro a Portugal, não há dúvida, ele foi o elo mais fraco!
À chegada a Lausanne reinava o silêncio. Que mais poderia ser para além da tristeza da partida? Nada, o “Paraíso das Vacas” ia deixar-nos muita saudade. Não pensem que a causa do silêncio era o facto do pessoal já ir a dormir... (não é que faltasse muito, era só uma questão de chegarmos às curvas!) Agora sim, começa um relato mais aprofundado do regresso. Que tal começarmos pela repórter amadora que aspirava a profissional mas que logo deitou as esperanças por terra!? Não citaremos nomes (p’ra já, naturalmente!), mas não foi a Ana. Digamos que nesta altura nascia uma nova repórter que escolheu a pior forma para iniciar uma carreira brilhante e promissora. Imaginem só que, muito convicta do que estava a fazer, tentava filmar com a objectiva da câmara tapada, um verdadeiro fenómeno!
Afinal, o primeiro contacto com o “Pestana” (amigo do peito de alguns) ainda foi antes das curvas, a 50 Km de Genéve só não dormia o verdadeiro piloto (Filipe), a futura–recente repórter (Paula) e o caloiro (Carlos). Pode parecer ironia do destino, mas não é que quando os resistentes decidiram comer um chocolate todos acordaram com o cheiro? Pois é, tiveram que nos ajudar a comê-lo! Acreditem que é com pesar que o dizemos já que era realmente bom.
Deu-se início ao “inferno das curvas”. Estaríamos realmente no caminho certo? À ida não tínhamos passado por ali...
Às 11:10 chegámos à fronteira “La Cure”, desta vez a “Azulinha” não era a última mas sim a do meio, e muito bem, pois no meio é que está a virtude! Tivemos a nítida sensação que aqueles polícias impunham um certo respeito. Talvez por isso, todos os condutores abrandaram a marcha, afinal tratava-se de uma situação deveras delicada. Passou a primeira carrinha..., passou a “Azulinha” e... STOP!!! A terceira teve que parar. Não é que o Jorge tenha cara de mafioso, os polícias é que fizeram questão de dar uma vista de olhos nas fotografias dos bilhetes de identidade das meninas... O que interessa é que também passou e às 11:15 já estávamos em território francês. Mais à frente parámos num hipermercado para ir às compras, mas só depois de termos saído das carrinhas é que constatámos que estava fechado, será normal? E por falar em coisas normais (ou não!), a Sandra viu o Filipe a tirar fotografias e disse que estávamos a ser filmados... Mais uma para a posteridade!
Às 12:00 parámos em casa do Sr. Augusto que nos quis oferecer “uma pequena bucha”, vejamos: presunto, leitão, montes de bebidas, etc., etc., etc... Um autêntico manjar dos deuses! Se uma bucha era assim, imaginem um almoço! Assim, após uma breve paragem (de 3 horas!) para a “pequena bucha” lá partimos com destino à próxima fronteira. A certa altura acendeu-se uma luz estranha no tablier e, vá-se lá saber porquê, tivemos que parar para abastecer, mas nada de Plus porque era mais caro! Depois de muita agitação da carrinha, no verdadeiro sentido da palavra, o depósito estava atestado.
Com dúvidas acerca do percurso, o Filipe perguntou ao Carlos se estávamos a ir na direcção certa. Ele pegou no mapa e respondeu: “Vais bem, é por aqui. Mas vens de onde?” – Sem comentários! Às 00:42, para quem não iria dormir, o caloiro emitia uns sons suspeitos. Parecia um porco, sem querer ferir susceptibilidades, é claro!
A malta restante curtia a música e segundo uma rima da autoria do Sérgio: “O Silva ia de olho aberto à condução do Zé Alberto!” Às 04:22 estava tudo de repouso menos a Paula, e o Nelson e o Carlos que teimavam em procurar um camionista português para lhe pedir uma cama. Estavam realmente cheios de sorte e por sinal no pleno domínio das suas faculdades...(ironia!!!) Por volta das 06:00 era hora de partir. Tinha que ser por causa do tráfico... perdão, tráfego! Depois de pagar umas quantas portagens, de o Luís ter regressado à “Azulinha” e dormir que nem um cavalo (o que nos deixou deveras preocupados... para quem não tinha sono adormeceu muito depressa!), percebeu-se que os únicos resistentes ao sono eram a Paula e o Roxo, que remédio!
Às 08:07 passámos a fronteira de Hendaye, foi precisamente após 16 minutos que avistámos uma bandeira Portuguesa. Também, já tínhamos saudades! Depois de ter dormido cerca de 30 minutos, o Luís acordou numa das portagens, perguntou: “São 5.30?” e voltou a adormecer. Perceberam? Nós também não! Trata-se, sem dúvida, de mais um mistério por desvendar da nossa atribulada viagem! Não pensem que ele foi sempre a dormir. Passados alguns momentos tivemos que parar para abastecer novamente e ele fez questão de ir rapidamente ao cabeleireiro. Não teve mãos a medir e o resultado foi mesmo deprimente, podíamos colocar aqui uma foto a ilustrar esse momento, mas é melhor não!
Espanha foi cheia de emoções, principalmente no que toca ao Filipe: lá apostou num new look para a próxima estação e inchou que nem um boneco da Michelin (causa principal: o ar da Espanha).
Às 16:14 passámos a fronteira, estávamos em Vilar Formoso. POORTUUGAAAAAL!!!
A partir daqui não diremos mais nada. Já toda a gente ia acordada e desejosa de avistar o mais rápido possível a Cumieira. Mentalmente todos fazíamos a contagem decrescente dos quilómetros... e por mais que faltasse sabíamos exactamente até que ponto ia o “já ali”. Agora sim, já conseguíamos medir distâncias e sabíamos que a Suíça não era já ali, ai de alguém que dissesse o contrário! Como é, voltamos lá?!? É já ali...
(Setembro 2002)
Kumytuna em acção
Amigo zé:
Quando conheci o Zé
Ele andava como eu
Sempre atrás das raparigas
Num dia de pouco estudo
Resolveu sair à rua
Lá se meteu em intrigas
A moça tinha rapaz
Já pensava em casamento
Não queria saber de nada
Mas o Zé não se importou
Começou a trabalhar
Para ver o que isso dava
Todo lampeiro
Atrás da saia
Lá ia o Zé
Para ver o que isso dava
Sempre aos saltinhos
Sem estudar nada
Lá vai o Zé
Com a sua namorada.
Logo num dia de azar
Estava ele a a namorar
Com uma moça aqui da terra
O pai chamou logo a filha
Mandou-a vir à janela
Para ver o que isso era
Armou-se a confusão
Sem porquê, nem porque não
Toda a gente queria o Zé
O que elas não sabiam
É que ele namorava mais uma
Lá da terra de onde é
Todo lampeiro
Atrás da saia
Lá ia o Zé
Para ver o que isso dava
Sempre aos saltinhos
Sem estudar nada
Lá vai o Zé
Com a sua namorada.
Desgarrada:
Nós somos a mocidade
Cumieira é de Penela
Mostramos à sociedade
Como a mocidade é bela
Nossa terra é Cumieira
Não negamos a ninguém
Queremos-lhe à nossa maneira
Como se fosse nossa mãe
Cumieira és imponente
Tu és uma terra bela
Freguesia tão somente
Do concelho de Penela
Kumytuna não profia
O seu jeito de cantar
São canções com alegria
Com a Kumytuna a actuar
Estamos todos a cantar
Malta alegre e aguerrida
E vamos todos pensar:
A brincar se leva a vida
Meus senhores a terminar
Esta linda desgarrada
Queremos a todos desejar
Uma noite bem passada
milho verde:
Milho verde, milho verde
Ai milho verde, milho verde
Ai milho verde, maçaroca.
Foi à sombra do milho verde
Ai à sombra do milho verde
Ai namorei uma cachopa
Milho verde, milho verde
Ai milho verde, milho verde
A milho verde, miudinho
Foi à sombra do milho verde
Ai à sombra do milho verde
Ai namorei um rapazinho
Milho verde, milho verde
Ai milho verde, milho verde
A milho verde, folha larga
Foi à sombra do milho verde
Ai à sombra do milho verde
Ai namorei uma casada
Mondadeiras do meu milho
Ai mondadeiras do meu milho
Ai mondai o meu milho bem
Não olhais para o caminho
Ai não olhais para o caminho
Que a merenda já lá vêm
Estudantina Portuguesa
Somos cantores desta terra Lusitana
Temos cantigas de beleza sem igual
Alegremente e com paixão vamos cantando
As melodias que encantam Portugal
Coimbra tem as Serenatas verdadeiras
De flores rubras está coberto o litoral
Verdes os campos, verdes são as oliveiras
As duas cores da bandeira nacional
O brilho do teu mar é um encanto
Porquê, porquê, se maravilha quem te vê
Ai Portugal porque te quero tanto
Não vou saber pois o amor não tem porquê
Serão tuas mulheres as mais formosas
Será, será, que o vinho alegra o coração
Será o cheiro destas lindas rosas
Ou a saudade que nos deixa esta canção
a pilinha
Quando eu era pequenino,
Minha mãe disse vai, vai
Vai depressa assar sardinhas
P’ró almoço do teu pai
Estava a assar sardinhas, com o lume a arder
Queimei a pilinha, sem ninguém saber
Se fosse outra coisa, eu não me importava
Mas era a pilinha, que eu tanto estimava
Menina da saia curta
Se queres sardinhas assar
Eu não queimo a pilinha
Para consigo casar
Passei-lhe a mão pelas pernas
Para as comparar com as minhas
Ela disse ao “skinhead”:
Vai mas é assar sardinhas
Oh filha não digas isso
Trinca lá nesta sardinha
Se queres ver um skinhead
Olha p’rá minha pilinha
O traçadinho
Vejo a lua duas vezes
E o céu a abanar
Que diabo aconteceu
Como é que aqui vim parar
As pernas estão a tremer
Isto agora vai ser bom
Queria cantar um fadinho
Mas não acerto com o tom
Desta vez estou mesmo à rasca
Vou-me pirar de mansinho
Não volto aquela tasca
Não bebo mais traçadinho
Tenho a guitarra partida
Esta noite é p’ra desgraça
Não conheço esta avenida
Afinal o que se passa
Esta vida é de loucos
Esta vida é ir e vir
Porque um homem bebe uns copos
Começa logo a cair
Linda Tricana
Quem dera que os teus olhos vissem
O fogo do meu olhar
Que nele pudesses ver
Um coração, a cantar
Oh linda tricana
Abre essa janela
Vem-me ouvir cantar
Vem que a noite é bela
Eu tenho saudades
Do teu doce olhar
Manda-me uma rosa
Com muito orvalho
Desse teu jardim
Oh linda tricana
Abre essa janela
Porque eu estou aqui
O Choupal contou ao Mondego
Segredos do meu cantar
Nas águas foram p'rá foz
E estão espalhadas no mar
Trés Bien
Meus senhores vamos ouvir
Uma história de pasmar
Foi quando nos convidaram,
E assim nos levaram
À Suiça a cantar
Como nunca lá estivemos
Lá foi contente a maralha
Chegamos lá mas ó meu
Só vimos vacas e Alpes
Mais altos que o Deus nos valha
Quando quisemos falar
Começaram as desgraças
Parece ali ao lado
Tu não conheces ó meu
É longe como o caraças
Onde fica Portugal
Diz-me um gajo de desfeita
Respondo também com manha
Já sabes segues prá Espanha
Depois viras à direita
Era "oui" e mais "oui"
E assim não sei porquê
Achei que era mais correcto
Terminar o alfabeto
S, T, U, V, X, Z
Quis-me ensinar o Francês
"Trés bien et merci beaucoup"
Ela disse "au revoir",
Ela disse "au revoir"
Eu disse logo: Vai tu!
Encontrei uma menina
Quer era linda de morrer
Já me tratava por por tu
Ela disse "je t'aime beaucoup"
Eu disse podes sofrer
Cantamos em Português
Toda a gente admirada
No fim dizia o povito
Cantaram bem,foi bonito
Mas ninguém percebeu nada
E foi tudo muito bom
Quisémos voltar para aqui
Estava tudo na "aller"
E lá veio a juventude
De volta à nossa "cité"
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
Inverno Cultural 2009
"A tarde de Domingo foi novamente de festa, com o Inverno Cultural 2009 a passar pelo Centro Cultural das Grocinas.
Mais uma vez o evento foi um sucesso com casa cheia. O Grupo EmCantos que veio de Moinhos da Gândara (Fig. Da Foz) foi quem deu o mote de abertura deste convívio cultural. Este grupo que iniciou a sua actividade em 2001, constituído por jovens, animou os presentes com um repertório musical variado e de apelo à tradição.
Seguiu-se a Kumytuna, “prata da casa”, um grupo também bastante jovem que encanta desde 1996 e que trouxe a esta tarde de Inverno Cultural temas como, Linda Tricana, Milho Verde, Vira de Coimbra e Desgarrada.
E assim se passou mais uma tarde agradável, em que o convívio foi a palavra de ordem."
(In http://www.cm-penela.pt)
E Itália?? Ah pois é! ;)
PARA QUE CONSTE...
Como todas as histórias, a nossa também começa com o típico “Era uma vez”. Assim, Era uma vez… a Kumytuna, que nasceu quando alguém sonhou que no mundo da música, um grupo de amigos iria dar que contar, mesmo que fosse pouco!
O sonho foi crescendo, foi comandando a vida de algumas pessoas e foi ganhando força! Teve dias favoráveis, marcados por convívios alegres de amigos, pela coragem de persistir no impossível, por uma série de pequenos acontecimentos que nos deixaram com um sorriso nos lábios, marcados pela alegria de fazer e oferecer Música.... Mas também teve dias maus, ou melhor, menos bons, em que nos vimos suspensos numa corda bamba… quase sem amparo... momentos que contribuíram para fortalecer ainda mais esta quimera que ainda hoje vivemos com intensidade, porque nos faz voar, encher de cor e alegria o mundo da nossa fantasia…
Na realidade ninguém sabe ao certo o dia exacto em que este sonho foi sonhado… Recordamo-nos que a origem do grupo radica na Escola de Música que no princípio da década de 90 funcionou na Cumieira, a partir de uma parceria estabelecida então entre a Assembleia de Freguesia e o Centro Cultural. Em 1994 começou o recrutamento de executantes (alguns dos quais se mantêm actualmente) e a recolha de letras e músicas, ao estilo das tunas académicas, com raízes populares adaptadas à ironia da sátira e da irreverência, matriz do nosso reportório. O dia da primeira actuação em palco, segundo nos recordamos, teve lugar no Centro Cultural de Ansião no ano de 1996.
Em 08/08/2001 a Kumytuna veio a formalizar-se por escritura enquanto Associação Cultural.
Hoje, a Kumytuna, com todos estes anos de existência mantém firme a máxima com que foi criada: "DIVERTE-TE A TI MESMO E SÓ DEPOIS OS OUTROS". Perdoem-nos o egocentrismo mas esta é uma atitude intrínseca a um grupo de amigos que tem várias coisas em comum, nomeadamente, a paixão pela boa disposição e claro, alguma queda para a música, que neste caso se torna imperativo! Facto é, que de quando em vez, todos renunciamos voluntariamente ao lazer individual para em espírito associativo, honrarmos compromissos colectivamente assumidos.
Temos vindo a actuar em diversos acontecimentos para os quais somos convidados, sempre com muita folia e com o objectivo de alegrar e divertir todo o público.
De autocarro, carro ou carrinha, já levámos um pouco da nossa música a vários cantos do nosso país e inclusivamente à Suíça, onde concretizámos duas actuações.
Inicialmente o grupo era constituído por cerca de uma dúzia de elementos, dos quais apenas um sabia tocar instrumentos, costumamos dizer em jeito de brincadeira. Houve algumas desistências ao longo dos anos, nomeadamente a desse elemento que sabia tocar instrumentos, mas o que é facto é que não nos deixámos abalar e a força e a vontade de continuar prevaleceram, afinal, um projecto deste tipo requer muito trabalho, empenho e dedicação. O que é certo é que por gosto e muita “carolice”, os actuais quinze elementos que constituem o grupo e que são: Anabela Monteiro, Avelino Carlos, Carlos Mendes, Cristiana Simões, Diogo Roxo, Edgar Correia, Filipe Sousa (Ensaiador), Hugo Monteiro, Jorge Mendes, Marina Caetano, Nelson Monteiro, Paula Gomes, Rita Palaio, Sérgio Gomes e Sílvia Rodrigues, ainda não desistiram do projecto e procuram fazer com que a Associação Cultural Kumytuna continue a sua caminhada, transformando-se, reinventando-se a si própria, tentando que novos valores sejam os mensageiros deste gosto pela música e da sua mensagem.
Contam-se já muitas actuações, muitos sorrisos, muitas alegrias… E muito mais haverá para contar enquanto esta vontade nos mova!
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